As grandes propostas renovadoras do Vaticano II

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Os grandes marcos da renovação provocada pelo Concílio advêm principalmente dos temas enfocados nas quatro Constituições aprovadas: Igreja, mundo contemporâneo, liturgia e revelação divina.

   A Igreja, antes sociedade perfeita, é entendida como sacramento universal de salvação, sacramento de comunhão e união da humanidade com Deus e das pessoas entre si. Toma-se mistério, isto é, toma parte do mistério da salvação, do plano de salvação do mundo em Cristo; está presente na história como povo de Deus, por isso é visível, histórica e concreta.

    A valorização das realidades terrenas é considerada condição essencial para a Igreja dialogar com o mundo contemporâneo. Vencendo uma visão dualista “Igreja e mundo”, o Vaticano II vê o mundo como sacramento de Deus, a história, como lugar da revelação divina. Assim, a Igreja está no mundo a serviço do mundo. Valorizando os “sinais dos tempos” e considera a pessoa como sujeito livre e de direitos. Condena tudo que menospreze, agrida, destrua ou ofenda a dignidade humana, tendo como ideal Cristo, homem novo, que revela o ser humano a si mesmo e indica-lhe sua vocação sublime.

   A liturgia adquiriu maior sentido pascal, tornando-se mais consciente, mais participativa, mais encarnada na realidade e mais direcionada para o sentido comunitário. O uso das línguas vernáculas, nas celebrações, deixou bem visível a mudança litúrgica. A renovação dos rituais e do Missal Romano permitiu maior compreensão e participação do povo nas celebrações. O papa João XXIII, talvez, não tenha pensado que o Concílio empreendesse reformas tão profundas na teologia e provocasse uma liturgia mais participativa e mais em contato com as fontes bíblicas e patrísticas.

   Se antes a revelação divina  era entendida como um conjunto de verdades que Deus transmitiu a respeito de si mesmo, as quais formavam o depósito da fé, o Vaticano II a entende como comunicação pessoal, dinâmica e viva  de Deus Trindade, na história humana, por meio de palavras e acontecimentos intrinsecamente unidos. É Deus quem, exclusivamente por sua bondade e gratuidade, toma  a iniciativa de propor ao ser humano uma aliança de amor e comunhão, realizada plenamente em Jesus Cristo, pela ação do Espírito Santo.

A palavra de Deus, revelada na Escritura, presente na vida e na Tradição da Igreja e celebrada na liturgia, nos alcança hoje, “a fim de que, pelo anúncio da salvação, o mundo inteiro ouvindo creia, crendo espere, esperando ame” (DV I).

Fonte: Agenda Catequética 2012. Editora Paulus.


2 comentários:

catequeseraiosdesol@gmail.com disse...

Amei o bloge que Deus abençoe cada vez mais voçeis.Um belo trabalho.Parabens!

Jesus Pereira disse...

Caras,

cuidado com as postagens de textos de fontes secundárias. Especialmente no tocante ao Concílio Vaticano II. Há muito teólogo marxista e padre de passeata a ensinar que o Concílio disse o que ele não disse, como se o Espírito Santo tivesse se convertido a Marx,Engels, Lênin, Guevara, Gramsci et caterva. E há muita atividade panfletária disfarçada de ensino da fé católica, em palavras doces, meigas, ou pretensamente autorizada por título acadêmico.

Bebam na fonte primária! Bebam da água pura, não da água enturvada por interesses ideológicos: estudem os próprios documentos do Concílio, estudem Patrística, História da Igreja, os catecismos - o atual e os anteriores, os documentos da Igreja, antes e depois do CVII.

E quando precisarem esclarecer algo, socorram-se da interpretação autêntica do magistério dos Papas e dos Dicastérios vaticanos: há maravilhosas encíclicas, exortações apostólicas e homilias, de Paulo VI a Bento XVI, e diversas instruções aprovadas pelos Santos Padres, que iluminam a compreensão desse sagrado Concílio. E, para quem tem acesso à internet, bastam alguns cliques: http://www.vatican.va/holy_father/index_po.htm . Quem, podendo beber da água cristalina e pura que nasce da rocha, prefere ingerir água turva da foz do rio?

O texto objeto do comentário, por exemplo: ou por inabilidade de quem escreveu ou intencionalmente, usando de alguns aspectos verdadeiros do Concílio faz parecer, falsamente, que houve mudanças na fé da Igreja.

Às vezes é melhor conter a ânsia de postar, e antes ir às fontes primárias, estudar e refletir mais sobre o tema, do que espalhar ingenuamente o erro e candidamente ajudar quem semeia joio nos campos do Senhor.

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Clécia e Sandra

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