22 de julho - Santa Maria Madalena

Afirmo que a imagem que eu tinha desde criança de Santa Maria Madalena era assustadora. Refiro-me a essa imagem, logo ao lado, do pintor Ticiano Vecelio. Essa imagem de uma mulher semi nua, vestida apenas com seus cabelos me assombrava. Tive contato com essa imagem aos meus 8 anos, quando meio sem querer descobri que nasci no dia em que nossa Igreja celebra esta Santa.

Tinha naquela época, a única e plena convicção de que a Maria Madalena era a prostituta, pecadora, a imoral, etc... Ainda hoje algumas pessoas ainda citam a Santa dessa maneira (Você lembra-se de Maria Madalena - a prostituta?). Devido isso, passei a não gostar do meu aniversário. (Bem infantil eu relatar isso né? Mas é a pura verdade.)

Depois de alguns anos, vim descobrir a verdadeira essência de Santa Maria Madalena. Posso dizer então que Maria Madalena é a prova real que todos nós merecemos ser perdoados e que nosso arrependimento sincero nos põe nos braços do Pai.

Vemos em João 8,3-11: Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando sós Jesus e a mulher no meio onde estava. Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.

Vemos então que Maria Madalena apos redimida e curada de seus pecados, entrega-se completamente por amor a um Reino. Amor esse agora que não era pago, era o mais sublime e gratuito. Maria Madalena sentia amor por Jesus e entrega no amor e no serviço.

Contudo, Maria Madalena acompanha toda a Paixão de Cristo, esta aos pés dele ao lado da Cruz e fica no aguardo, em vigília, na certeza que ele ressurgirá. Comprovamos isso em Jo 20,10-11 "Os discípulos voltaram então para casa. Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando." E como recompensa é a ela quem Jesus primeiro aparece.

Este acontecimento leva-nos a analisar quão forte era o amor que ardia o espírito desta mulher, que não se afastava do túmulo do Senhor, mesmo depois de os discípulos terem ido embora. Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia a ardente saudade daquele que julgava ter sido roubado. Por isso, só ela o viu então, porque só ela o ficou procurando. Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até o fim, esse será salvo. (Mt 10, 22).

Por isso, tal qual Maria Madalena, não nos cansemos de procurar e de buscar o Reino, e roguemos a Deus para que possamos vê-Lo e não desistir de encontrá-Lo.

Sandra Avelino

Catequese Caminhando