O SIM à encarnação: Raiz Bíblica da veneração a Maria

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O Verbo divino não entrou no seio de Maria sem solicitar a sua colaboração. Convidada pela Graça de Deus, ela aceitou e respondeu 'sim'. Não foi arroubo de momento, foi um sim amadurecido na oração dialogal. Oração de escuta interior à vontade divina. Um diálogo na obediência. "Se Deus a interpela, ela também interpela o seu Deus" (João Paulo li).


Mais do que resposta ocasional, a adesão de Maria foi um projeto vocacional de vida. O SIM à encarnação uniu Maria a Jesus antes de Ele nascer e fez dela a primeira discípula. A Virgem colaborou na redenção de Jesus com todo o seu ser. Mãe de sua vida na carne, ela o criou e educou. Se Jesus veio para servir, Maria aceitou servir com ele antes de ele vir. Ensinava-lhe como mestra; aprendia como discípula.

Não nos é dado intuir como ela ia assimilando o chamado de Deus no cotidiano da vida oculta com Jesus e durante seu ministério. "Guardava tudo em seu coração!" Ela foi discípula fiel. Se o mistério do Filho não se aclarava na compreensão da mãe, exigia dela o peregrinar na fé até a ressurreição. A maternidade divina deu a Maria uma dignidade sublime que a faz referência fundamental para vivermos a fé em Cristo.

Para nós cristãos é impossível entender a Bíblia sem a participação de Maria. Já os grandes escritores do 2° século compararam Eva e Maria. Uma foi a mulher da desobediência e da ruína; a outra, a da obediência na fé e da salvação. Enfim, Maria não é só a raiz humana de Jesus. Sua mãe biológica. A própria mensagem de Jesus tornar-se-ia difícil de compreender, excluindo a pessoa e o papel da mãe virginal. É a própria Bíblia, é o Evangelho que a valorizam junto de Jesus e em relação aos seus seguidores,

Os fatos referentes à encarnação do Verbo no seio virginal de Maria (Lucas); o sonho de José sobrea gravidez de sua noiva por obra do Espírito Santo (Mateus); a visitação, o nascimento em Belém, os pastores e reis magos; a perda e o encontro de Jesus no Templo não são narrados por acaso ou por mero olhar histórico. Os relatos de sua presença qualitativa nas bodas de Caná e no Calvário (João); a espera de Pentecostes (Atos) são significativos para avaliarmos a veneração prestada a Maria pelas primeiras comunidades cristãs.
 
Ela viveu a fé cristã em máximo grau e é o nosso modelo. É à luz da Bíblia que tentamos compreender o papel da Virgem mãe no mistério de Cristo. Sem uma acurada referência bíblica, o culto mariano é inútil para nos ligar a Jesus. Todas as verdades sobre Maria, aceitas desde o começo da Igreja, derivam ao menos implicitamente do estudo aprofundado da Sagrada Escritura, da qual Cristo é fundamento. Mas é inseparável de sua mãe.

Pe. Antônio Clayton Sant'Anna, C.Ss.R 
 Revista de Aparecida - p. 12 - agosto/2012

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Que a graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo lhe acompanhem!
Seu comentário é precioso.
Muito obrigada!
Afetuosamente,
Clécia e Sandra

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