"Caros,
Não sou catequista, apenas um católico, reconverso depois de 30 anos afastado da Igreja, e que ainda tropeça constantemente. Entretanto, catequese é algo em que penso constantemente. Sem pesquisa, sem estatísticas e sem teses, apenas um certo grau de empirismo, atrevo-me a dizer que a catequese de crianças e adolescentes é tarefa primordial da família. E a catequese da família deveria ser catequese (constante, permanente) da Igreja e autocatequese.
Catequese é uma tarefa gigantesca, hercúlea. Dissociada da família, mais gigantesca ainda. Sem que pai e mãe tenham vida comprometida com a Igreja, e induzam os filhos ao mesmo (induzir = conduzir para, conduzir para dentro), tudo se dificulta. Não se trata (só) do compromisso de ir à Santa Missa nos domingos e dias santos de guarda e dar o dízimo, mas do compromisso conjugal e familiar de levar uma vida piedosa, de concórdia, bondade e firmeza, de santidade no mundo, e de rotina diária de oração. E, na medida da capacidade de compreensão de cada um, de aprender a doutrina da Igreja, vivê-la e defendê-la.
Suspeito que essa forma de catequese começa com o Padre (=pai, pai espiritual) - que deve ser exemplo de vida, dedicação e santidade - através de suas homilias (em comunhão com a Igreja e não com o seu próprio pensar - e em consequência, em comunhão com o Papa e com o bispo), do zelo pela Eucaristia, pelas Confissões e pela Sagrada Liturgia. E, a despeito das dificuldades da vida moderna, pela retomada das visitas rotineiras dos Sacerdotes às famílias.
No âmbito familiar, creio que se possa começar pela reza diária do terço, as orações por ocasião das refeições, o estímulo às crianças, desde cedo, à leitura da vida dos santos. E se possível, com diminuição do tempo de televisão e computador em casa. A tecnologia, se não submetida à disciplina, é armadilha sedimentadora do individualismo, do egoísmo e da divisão da família: a família deixa de ser família para ser só um ajuntamento de indivíduos fragilmente unidos por conveniências circunstanciais.
Num modelo em que pais se comprometam a fazer de sua casa Igreja doméstica e ofereçam aos seus filhos a catequese da vida diária, catequistas seriam instrumentos poderosos a ajudar adultos e crianças a "mostrar as razões de sua fé" e a fortalecê-las.
Por fim, penso que ser catequista não pode resultar de voluntarismo. Ao catequista a Igreja confia uma tarefa valiosíssima, que é ensinar - o que deve ser feito fielmente - a doutrina da Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica, que é a doutrina do próprio Cristo, Palavra Viva. Doutrina para ser aprendida e vivida. Deve, pois, o catequista investir na oração constante e no aprendizado da Doutrina, da História da Igreja, aprender com os Padres, Doutores e Santos da Igreja, com as encíclicas, cartas apostólicas e homilias do Santo Padre, as instruções dos Conselhos Pontifícios, com os documentos da Igreja... Por outro lado, dioceses e paróquias deveriam, ante tão grande missão atribuída, juntar recursos e esforços e proporcionar os meios para a adequada e sólida formação de catequistas, elaborando e mesmo custeando cursos consistentes e continuados (não de dois ou três dias por ano, mas de dois ou três anos). E, pra começar, que não haja catequista sem Catecismo - aquele livrinho de capa amarela, com a ilustração de um pastor sentado à sombra com o cajado na mão e uma ovelha deitada a seus pés, titulado "Catecismo da Igreja Católica - Edição típica Vaticana".
Mas não esmoreçam, catequistas, com o gigantismo da tarefa. Em sua primeira homilia, S.S.Bento XVI disse que Deus se vale de instrumentos insuficientes (em si mesmos). E o Santo Josemaria Escrivá anotou em algum lugar que Deus deixa-nos à mostra nossa impotência para lembrar-nos que somos instrumentos: quem realiza a obra é Ele."
Esse texto na verdade foi um comentário escrito na postagem do texto O CRISMA FOI, PRA MIM, A MAIOR DECEPÇÃO. O autor é Jesus Pereira, dono do blog MONÓLOGOS DE UM CATÓLICO RECONVERSO.
Muito obrigado Jesus pelas suas tão sublimes palavras e participação. Pedimos à Deus que continue sempre lhe iluminando e abençoando sua vida e missão.
Abraços Sandra Avelino e Clécia Ribeiro
2 comentários:
Ola! Acho estas palavras oportunas e tenho a certeza que tudo que acabei de ler é a mais pura realidade. Desde pequenas as minhas filhas nos acompanham nos nossos trabalhos na Igreja, acho até que minha vontade de ser catequista aumentou depois da presença delas. A catequese seria bem mais proveitosa se nossas famílias participassem. Abraços e que Deus esteja sempre com vocês.
Belíssimo "Comentário" do Jesus.
Sem palavras...
Deus o abençoe
Postar um comentário
Que a graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo lhe acompanhem!
Seu comentário é precioso.
Muito obrigada!
Afetuosamente,
Clécia e Sandra